sábado, dezembro 31, 2005

Luzes...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

2005.. um olhar ...#2

Mais ano, e mais uma época natalícia.
Se há algo que irrita nesta época é a transformação epidérmica que esta quadra gera nas pessoas.
Passamos o ano a ser uns pulhas uns para os outros, o mais importante durante todo o ano é o nosso próprio umbigo, e de repente, durante quinze dias, aderimos às 550 campanhas de solidariedade que nesta altura crescem como cogumelos, e passamos a olhar para o outro de forma um pouco diferente. Um bom exemplo disso é a recente campanha de TV para angariação de fundos para os "coitadinhos" dos refugiados.
É claro que estas acções são importantes ou pelo menos podem sê-lo.
Primeiro, se estes organismos como a Onu saibam retirar as devidas ilações da forma como forma geridos e deviados fundos resultantes de acções como o Live Aid ou o programa petróleo em troca de alimentos para o Iraque.
Segundo, se estas contribuições individuais constituam um pequeno acto de mudança interior e não apenas um muito útil lavar de consciência, aliado às sempre úteis deduções no IRS.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

2005.. um olhar ...

Alemanha

Acho alguma graça quando alguma imprensa (DN por exemplo) elegeu Angela Merckl como a personalidade internacional do ano.
Face aos resultados das últimas legislativas, a personagem do ano alemã é sem dúvida... Gerard Shroeder. Candidato a um terceiro mandato, com todo o desgaste governativo de oito anos no poder, com um desemprego crescente, Schroeder perdeu a reeleição na recta da meta, por milésimos.
Acresce a isso, o facto das sondagens darem a Merckl uma vitória esmagadora.
Ao contrário do que faziam querer, a grande maioria da Alemanha estava dividida. Uns queriam uma mudança radical, outros queriam mudança mas na continuidade.
Resta agora saber como a grande coligação governamental irá conciliar programas de governos quase antagónicos.
Dado que os dois maiores partidos alemães CDU e SPD integram esta coligação, resta saber em quem votarão os alemães quando se cansarem desta coligação. Nos verdes? Nos antigos comunistas aliados a Lafontaine?

Para a minha memória, Schoerder fica como primeiro chanceler a assumir de forma clara que em 1945 os Aliados libertaram não apenas a os países ocupados pelos Nazis, mas a própria Allemanha dum regime tirano. O seu antecessor, Helmuth Koll, em virtude de ter tido um irmão vítima do conflito, nunca conseguiu dissociar se desse facto. Shroeder foi o primeiro Chanceler a estar presente nas comemorações do armistício. Shroeder foi o primeiro Chanceler a condecorar a título pôstomo os estrategas da tentativa de assassinato de Hitler em 44.
Sessenta anos após o fim da Segunda Grande Guerra, a Alemanha reconciliou com o seu passado. Schroeder apenas simbolizou isso. E não foi tão pouco quanto isso...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Dias de inverno...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

Portugal Portugal, de que é que estás à espera

Qual é para si a figura nacional mais marcante do ano?

"Alexandra Lencastre. Gostei muito dela na telenovela. Fez um papel espectacular e talhado para ela."

Maria do Rosário, Ajudante de cozinha, 35 anos


Questionário de rua, jornal Publico, 28 Dez 05
Título do blogue: Extraído da letra "Portugal, Portugal" de Jorge Palma

quarta-feira, dezembro 28, 2005

segunda-feira, dezembro 26, 2005

domingo, dezembro 18, 2005

Modas

"Se for eleito Presidente da República, passará a usar gravata?"

Questão colocada pelo jornalista da Sic ao candidato Francisco Louçã, no debate ocorrido entre este e o candidato Mário Soares.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Picardias...

"Bem, a verdade é que o Dr Manuel Alegre vai fazer em Maio próximo jubilosos setenta anos.. falar em renovação..."

Candidato Mário Soares respondendo à "renovação como característica duma República" defendida por Manuel Alegre no debate ocorrido na TVI entre ambos.

Roupa estendida...

Foto: Ourém, Dezembro 2005

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Pode repetir por favor?

Os Portugueses sabem muito bem que a minha atenção está sempre e prioritariamente junto dos mais desfavorecidos.

Palavras do candidato presidencial Cavaco Silva no debate em que este se opôs ao candidato Jerônimo de Sousa.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Por mim, tá despedido!

Louçã lembrou no debate de ontem que Fernando Ulrich, Presidente do BPI e membro da Comissão de Honra do Prof. Cavaco, sugeriu há uns meses que os salários dos portugueses fossem reduzidos em 10% como modo de resolver a crise.Isso deu-me uma ideia.
E se, em reacção a essa proposta, os clientes do BPI reduzissem os seus depósitos no banco em 10%? E se fizessem o mesmo com os depósitos a prazo?
E com os fundos de investimento? E se mudassem os pagamentos domiciliados para outro banco? E se passassem a usar cartões de outros bancos nos seus pagamentos?
O que é que aconteceria? Naturalmente, o BPI não gostaria.
O mais natural seria mesmo que, de castigo, os accionistas do banco reduzissem em 10% o salário do Dr. Fernando Ulrich.
Até poderia acontecer que o despedissem.

Extraído do blogue Menina não Entra

E que tal, para variar, pensarmos o que será melhor para os alunos?

sexta-feira, dezembro 09, 2005

O País precisa de Si..C

Acompanhando o candidato presidencial Jerónimo de Sousa a uma visita a um lar de idosos, um jornalista da Sic, interpela alguns dos idosos.
A pergunta mais recorrente era se os presentes conheciam o líder comunista.
No entanto, o jornalista que não fixei o nome, resolve inovar na abordagem jornalística.
"Que idade tem, minha senhora?" pergunta.
"Olha, 75 ou 76 anos, não me recordo bem. A memória já não é o que era" responde.
"Já reparou que é mais nova que o candidato Mário Soares" comenta o jornalista. Relembro que a equipa de reportagem acompanhava o candidato Jerónimo de Sousa.

O que se chama a isto?
O apoio deliberado de uma estação televisiva a um candidato presidencial chamado Cavaco Silva?

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Recordações e polémicas

Velha polémica: qual era o génio musical... Paul ou John. A companheira de Lennon apimentou a discussão considerando John como Mozart e Paul como Lizet...

Parece me óbvio uma coisa. O somatório das partes era inferior ao seu conjunto. Sendo um conjunto brilhante, Beatles, separadamente, tinhamos músicos menores como é o evidente caso de Ringo.

No entanto, em relação a Paul e John acho que é relativamente fácil verificar qual era o génio. Basta analisar a discografia a solo de ambos os artistas. Após isso, conclui se facilmente: algum dos discos a solo de Paul é musicalmente e socialmente relevante? Não me parece.

Perante a mesma questão, só que enfocando na carreira de Lennon, aprece óbvio que pelo menos do ponto de vista de intervenção social (e musical também...), teve um papel importante.

Recordando...


Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too

Imagine all the people
Living life in peace
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

"Imagine" de John Lennon

domingo, dezembro 04, 2005

Absurdo

É o trio do horror do século XX: Mao, Estaline e Hitler.
Por esta ordem.
Cada um conseguiu, às suas ordens, provocar a morte e o sofrimento a milhões de pessoas.
É no entanto curioso como Mao escapou ao julgamento colectivo da sociedade que o criou.
Responsável pela morte de 7o milhões de pessoas, continua com o seu mausoléu em lugar de destaque, e com extensas filas de pessoas a tentarem ver um pouco do corpo embalsamado de Mao.
A última Pública de Novembro, que apenas ontem li, apresenta nos uma pequena reportagem sobre a ultima investigação da autora de "Cisnes Selvagens", Jung Chang. Dez anos de investigação da vida de Mao. Resultado: um livro.
Realça o lado menos conhecido de um monstro. Personagem que usou o poder, sempre com intuito de o manter, custe o que custasse, afastando fisicamente todos os que lhe pudessem fazer frente.
A história da China, muito bem retratada nas três gerações presentes em Cisnes Selvagens, realçam as dimensões de patéticas medidas económicas e crueis perseguissões políticas: milhões. Milhões de mortos, à fome. Milhões de mortos vítimas das sucessivas purgas e perseguissões políticas. Milhões de mortos em campos de trabalho forçado.
E quando se pensam em milhões, tudo fica como que insignificante. Humanamente emensurável. Pessoas sem fim que sofreram, de forma cruel, até ao limite da existência. Outras que ainda hoje sofrem, fruto dos horrores que viveram no regime de Mao.
Há algo de absurdo nisto tudo.

Músicas para sonhar #2


Há muitas canções de amor. Mas poucas, muito poucas, com a intensidade desta...
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
"Ne me quitte pas" Jacques Brel
Foto: Blogue Silêncio

sábado, dezembro 03, 2005

The times, they are a changin´

Tenho reparado que a maioria dos escritores que admiro e que vivem em países com governos tremendamente opressivos escrevem sempre sobre política. Acho que agora isso está a acontecer a muitos de nós [escritores de ficção norte-americanos]. Quando não nos sentíamos perigosamente esmagados, parecia-nos viável escrever de uma forma mais ou menos apolítica. Hoje já não é assim. Todos temos que nos recordar permanentemente de que Bush só foi reeleito por uma margem muito pequena e, mesmo assim, nunca saberemos quanto negros foram mantidos longe das mesas de voto. É muito enfurecedor e desencorajador ver o que está a acontecer e saber que isto aconteceu com o consentimento de uma pequena maioria dos norte-americanos. Isto não foi um golpe de Estado: foi uma eleição.
Michael Cunningham , escritor, entrevista no Mil Folhas

Restos...

Foto: Bairro de Carnide, Lisboa, Novembro 2005

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Learn me...


Dialogo do filme "The constant gardener".

Tessa tentando convencer Justin Quayle, para que ele a levasse na sua viagem diplomática ao Quenia.

Justin: But I really don´t know you...

Tessa: You can learn me.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Não sei não...

"Haverá de certeza segunda volta"

Francisco Louçã, candidato presidencial, em entrevista ao Público.

Ela ensina-me

Ela ensina-me a sorrir
Ela ensina-me a brincar
Ela ensina-me a ouvir
Ela ensina-me a cantar
Ela ensina-me a dormir
Ela ensina-me a acordar
Ela ensina-me a sentir
Ela ensina-me a sonhar
Se tu queres ensinar-me
Eu quero aprender.
"Ela ensina-me" Letra: Nuno Rodrigues Voz: Rui Veloso

Cativante

adjectivo 2 géneros
1. que cativa;
2. sedutor;
(Do lat. captivante-, part. pres. de captiváre, «tornar cativo»)

quarta-feira, novembro 30, 2005

Livros para sonhar #4

Ela solta um grito,
Rafael fica surpreendido.
- Que se passa?
Ela aponta uma pequena mancha de sangue.
Talvez tenha vindo a Paris para aquilo,
em Portugal ainda é tabu.
- Mas porquê eu?
perguntou depois Rafael.
-Porque eu te escolhi, respondeu Fátima,
assim se chama aquela que veio a Paris perder a virgindade.
-É a nossa Tomada da Bastilha, diz ela, a rir.
Durante três dias e três noites estiveram juntos,
passearam de mãos dadas pelas ruas,
de dez em dez metros se beijavam,
corriam para casa,
faziam amor até não poder mais,
talvez mal,
mas era bom,
interminável,
irrepetível,
tinham o dom da inocência,
corpo a corpo reinventavam outra virgindade,
podia ser amor,
podiam ter ficado juntos,
ela gostava dele,
ele também,
encaixavam bem um no outro,
era bom estar assim,
de mão na mão,
boca na boca,
ele dentro dela,
ela encostada no peito dele,
era bom,
podia ter continuado,
mas três dias depois ela
partiu.
Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre

segunda-feira, novembro 28, 2005

Livros para sonhar #3

Comecei a sentir impotente face à quantidade de gente faminta que chegava a Daca. Organizações Sociais tinham montado centros de distribuição de comida em várias zoonas da cidade.
As pessoas de vários bairros esforçavam-se por arranjar alimentos. Mas quantas pessoas se podia alimentar todos os dias?
A fome alastrava à nossa frente com todo o seu horror.
Teitei ultrapassar o sentimento de impotência redefinindo o meu papel.
Certamente, eu não podia auxiliar muitas pessoas, mas podia com certeza ser útil por um dia,
ou por apenas umas horas, pelo menos a um dos meus semelhantes.
Isso seria já uma grande realização.
A ideia de dar uma verdadeira ajuda, e não uma mera teoria, mesmo a uma escla pequena,
pelo menos a uma pessoa deu-me uma grande força.
Sentia me a renascer.
Extraído de "O Banqueiro dos Pobres" de Muhamad Yunus

domingo, novembro 27, 2005

Estranho mundo, este...

A General Motos anunciou que vai fechar cinco fábricas na America do Norte até 2008 e suprimir 30 mil empregos.
As sua acções subiram imediatamente 2,5 por cento.

Notícia extraída do Courrier Internacional

sábado, novembro 26, 2005

sexta-feira, novembro 25, 2005

Bebel


Prosseguimos as audições com a nova geração da chamada MPB - Música Popular Brasileira. Chama-se Bebel Gilberto. Filha do grande mestre da Bossa Nova, João Gilberto. Deixo aqui o seu segundo registo de originais também ele designado Bebel Gilberto. O seu primeiro registo "Tanto Tempo" constituiu uma pequena "revolução" na Bossa Nova, por aliar a esse registo, novos sons mais chill out. O registo que aqui apresento, não tendo tido a aclamação do primeiro, constitui um sinal de continuidade. Um disco melodioso, bem trabalho, onde se realça a bela voz da cantora. Espero que gostem. Boas audições.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Curtas Metragens

Existem chavões, ideias feitas que perpassem ao longo dos anos."Pobres sempre houve e continuarão a existir"constitui uma destas frases sem rosto que tem o peso de verdade absoluta. Muhammad Yunus, natural do Bangladesh, decidiu contrariar esta evidência. A sua experiência e a da sua equipa (Banco Grameen) está relatada na primeira pessoa em O Banqueiro dos Pobres. Neste livro, apresenta o microcrédito como uma porta através da qual os mais carenciados podem encontrar uma saída para as situações de pobreza em que vivem.
Toda a base da intervenção recai sobre dois ensinamentos: "em primeiro lugar, o nosso conhecimento básico sobre os indivíduos e sobre as suas interacções é ainda bastante imperfeito; em segundo lugar, cada indivíduo é extremamente importante. Qualquer pessoa possui um enorme potencial, e pode influenciar a vida de outras em comunidades, nações, no presente ou no futuro" (M. Yunus).
Perante as adversidades actuais, talvez esta "porta" pode servir de inspiração para outras portas e para outras carências mais próximas do nosso quotidiano.

Livros para sonhar #2

"Perdi a mala uma vez mais.
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um taxi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar. Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém."
[Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre]

Palavras duma campanha Presidencial#6


"Determinação! Confiança!".

Um dos slogans da campanha do candidato Jerónimo de Sousa.



Palavras duma campanha Presidencial#5



"Livre. Justo. Fraterno.".
Um dos slogans da campanha do candidato Manuel Alegre.




quarta-feira, novembro 23, 2005

Palavras #2

Estamos sempre sozinhos, não é?
E nus, não é?
Por mais que enfeitemos o corpo e os dias
com vestes e artes de disfarce.
Estamos sempre sozinhos, não é?
Padecendo dessa solidão assustada que responde
à pergunta que nem sempre formulamos alto,
mas que nos acompanha os ossos e a carne e os gestos:
quem sou eu?
Mesmo vestidos do que queremos ser,
somos sempre nós,
sozinhos, assustados, frágeis, pobres,
evidentes e
nus!
[Elisa.
Extraído do seu brilhante Blogue

Palavras #1

...O frio que está lá fora também se sente cá dentro ...

Extraído do blogue Palavras Soltas

Músicas para sonhar #1


Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido

Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo

Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Eu vi a buganvília de noite
junto ao lagoa molhar o seu sorriso
sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido

["Buganvília" de João Afonso Lima]
Foto: Blogue Silêncio

terça-feira, novembro 22, 2005

Livros para sonhar #1

"Todos os amigos tinham percebido, bastava ver como se olhavam,
mas por isto e aquilo, os compromissos de Rafael com outra namorada,
os dela com o namorado que estava em Lisboa,
o que era evidente não fora consumado,
sequer em palavras.
Apenas os olhos que sem querer continuamente se procuravam.
E uma frase que, segundo alguns,
ela teria dito.
Estando Júlia a olhar para Rafael,
uma amiga perguntou-lhe:
Para sempre?
E ela teria respondido:
For ever."
[Extraído de "Rafael" de Manuel Alegre]

Nova dama de ferro?

Angela Merkel foi hoje eleita nova chanceler da Alemanha. Uma mulher nos altos cargos de decisão, neste caso política.
Tarefa difícil tem pela frente. Uma das questões que está em cima da mesa é saber se poderá exercer o seu cargo com profissionalismo e rigor que se lhe reconhece, e com um toque feminino.
Dos diversos artigos que li antes das eleições alemãs, muitos referiam que seria importante a sua eleição, por esse aspecto.
Supostamente, as mulheres trazem um outro toque de sensibilidade à política. Acredito que assim seja. Pena é que os casos visíveis que tenhamos, contradigam essa visão. Normalmente, o mesmo acontece no mundo empresarial. Sendo os lugares de topo naturalmente de uma exigência e crueldade desmedida, o acesso das mulheres a esses lugares já por isso de dificil acesso, torna-se mais restrito. E as mulheres para ganharem a batalha têm muitas vezes que jogarem com as armas dos homens; frieza, crueldade, insensibilidade.
Assim, não admira que muitas das mulheres que chegam ao topo tenham actuações despojadas da mínima sensibilidade. Temos, infelizmente, muitos exemplos nesse sentido. Talvez Tatcher seja o caso mais evidente desta tendência. Mas temos outros. Ferreira Leite, no caso português.
Felizmente, há sempre excepções há regra. A deputada social democrata sueca (cujo o nome não me recordo) era conhecida por limitar as suas idas a Bruxelas por causa dos seus filhos. Acho que no caso português, Maria de Lurdes Pintasilgo se encaixa nesse perfil.
Temos agora uma mulher à frente da forte nação alemã. Esperemos para ver se vamos ter uma nova dama de ferro... os primeiros indícios apontam para isso. Vamos esperar para ver...

domingo, novembro 20, 2005

Missangas

Chama-se João. Inicialmente conhecido pelo sobrinho de José Afonso. Hoje, tendo já construído o seu próprio caminho e identidade, todos conhecem-no por João Afonso. Deixo aqui o seu primeiro trabalho. O fantástico "Missangas". Quem tem o disco, pode apreciar um bela particularidade: a interior caixa está repleto de...missangas.
Aconselho particular atenção para uma das vozes dos coros. António Afonso, irmão de João, detentor de uma voz lindíssima.
Espero que gostem. Boas audições.

sábado, novembro 19, 2005

sexta-feira, novembro 18, 2005

Por ti meu amor, dói-dói meu coração

Foto: m, 18 de Novembro 2005
Título do post: Extraído da canção "Na machamba" de João Afonso

Palmas

Numa altura em que a economia se encontra em momento difícil e numa altura em que o corte nas despesas públicas é a ordem do dia, é simplemente de saudar e bater palmas a medida anunciada hoje relativa ao complemento de reforma.
Os críticos da praxe acharam os valores reduzidos; os liberais da praxe (Bagão Felix já se manifestou) acharão que a medida sobrecarrega ainda mais o orçamento da segurança social.
Face à situação de extrema pobreza de alguns idosos deste país, e tendo em conta o cenário macro em que ela é introduzida, eu limito-me a saudar e aplaudir esta medida.

Os cálculos são do ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva, para quem este montante irá permitir, dentro de quatro anos, elevar em cerca de um quinto o rendimento de perto de 300 mil idosos.Segundo o diploma aprovado hoje em Conselho de Ministros, o programa vai arrancar no próximo ano, beneficiando os reformados com 80 ou mais anos, estando previsto no Orçamento do Estado uma verba de cerca de 50 milhões de euros. A idade de acesso ao complemento será reduzida para 75 anos em 2007, passando para os 70 anos em 2008, para que em 2009 possa beneficiar todos os reformados com mais de 65 anos.Contudo, só poderão ter acesso ao complemento idosos com rendimentos anuais inferiores a 4200 euros, ou, tratando-se de casais, a 7350 euros. No cálculo do complemento a receber pelos idosos será tido também em conta o nível de rendimento dos filhos, bem como a composição dos respectivos agregados.

Com um brilhozinho nos olhos...

Foto: m., Outubro 2005
Título do post: cancão de Sérgio Godinho

quinta-feira, novembro 17, 2005

Recantos #4

Foto: Paço do Lumiar, Lisboa, Novembro 2005

No direction home

Partimos para um nome incontornável da música do século XX. Na área do folk rock, Chama-se Bob Dylan. Deixo aqui à escuta o seu mais recente registo. Não se trata de nenhum registo de originais, mas sim a sétima recolha de versões em formato bootleg. Esta edição surge no mercado a acompanhar o lançamento da vida do próprio Dylan, apresentada em DVD realizado por Scorsese. Este registo tem a particularidade de apresentar alguns dos temas mais conhecidos de Dylan, em versões alternativas ou em formato Live. Contém uma versão de "Like a Rolling Stone" na qual podemos ouvir um pequeno diálogo de Dylan com um espectador, após este o ter apelidado de Judas (numa altura em que Dylan teria supostamente traído a folk ao introduzir as guitarras eléctricas nas suas canções). Deixo vos com o segundo dos dois registos que este No Direction Home contém.
Bem...espero que gostem. Boas audições.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Recantos #3

Foto: Alto do Lumiar, Lisboa, Novembro 2005

A "crise" continua...

Lucros do Banif crescem 83,7% nos primeiros nove meses

Os lucros do Banif atingiram os 20,003 milhões de euros até Setembro deste ano o que representa um crescimento de 83,7% face ao período homólogo

Canabis, Marques Mendes e Ribeiro e Castro

É católico..?
É liberal nos costumes?
Já alguma vez experimentou canabis?
Gostou?
Nunca fumou?
Nao aprecia um bom vinho?
Nunca bebeu em excesso?
Nunca conduziu em excesso de velocidade?
 
Estas foram algumas das perguntas colocadas por Margarida Marante ao líder do Bloco de Esquerda, no âmbito do seu habitual programa de entrevistas na rádio TSF.
Brilhante, não é?
Como se isso não bastasse, evidenciou clara falta de trabalho de casa no que diz respeito às questões económicas. Sabendo que Louçã é um excelente economista,  não veio munida da documentação necessária que pudesse de facto confrontar as posições de Louçã. Limitou se a justificar os seus argumentos de senso comum com "eu acho que..".
Enfim...
Será que irá perguntar a Marques Mendes e a Ribeiro e Castro se eles já fumaram canabis?
 

terça-feira, novembro 15, 2005

Que se manifeste...

Título do Post: Mário Soares comentando o silêncio de Cavaco Silva
Post: Extraído do blogue Filho do 25 de Abril

Todos diferentes, todos iguais

[Rui Marques, Alto comissário para a Imigração e Minorias Étnicas]

Palavras duma campanha Presidencial#4


"Olhos nos olhos".
Um dos slogans da campanha do candidato Francisco Louçã.

Palavras duma campanha Presidencial#3


"Luta e resiste com o PCP".

Um dos slogans do candidato Jerónimo de Sousa.

Palavras duma campanha Presidencial#2



"Porque sabe ouvir os Portugueses".

Um dos slogans do candidato Mário Soares.

Palavras duma campanha Presidencial#1


"Portugal precisa de Si"
Um dos slogans do candidato Cavaco Silva.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Não canto porque sonho

Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
teu sorriso puro,a tua graça animal.

Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.

Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurecenos
teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
ao vê-los nus e suados.

[Poema de Eugenio de Andrade cantado por Fausto]

Indigo

Avançamos agora para o Jazz. Português. Chama-se Bernardo Sasseti. Tem se relevado uma das presenças importantes do jazz português. Deixo vos com com o aclamado Indigo. Deixo vos com o primeiro dos dois discos em que é composto este Indigo. Espero que gostem. Boas audições.

sábado, novembro 12, 2005

sexta-feira, novembro 11, 2005

"Que chatice, dão chuva para amanhã"


Bem sei que nos dias de hoje dizer publicamente "Que chatice, dão chuva para amanhã" dá lugar a um desaprovador olhar, seguramente acompanhado dum sermão das vantagens da muita chuva nesta altura para repôr os níveis de água nas barragens.
Enfim...um sermão a fazer inveja a uma boa aula de mestrado na área do ambiente.
Bem sei.
Mas face ao que está perspectivado para este fim de semana, só me apetece dizer "Que chatice, dão chuva para amanhã" .
É que o céu hoje estava simplesmente fantástico.
Infelizmente a minha fiel companheira que me capta estes pequenos momentos, a minha máquina fotográfica, estava de repouso em casa.
Com um pouco de sorte, pode ser que haja muita chuva das oito da noite até às seis da madrugada do dia seguinte.
Assim, todos ficariam contentes; quer os "amigos do ambiente", quer a minha fiel companheira.

Parabéns

As mentes inquietas estão de parabéns. Chegaram aos quatro digitos de visitas.
Para comemorar... vou escrever mais um post.

Saídas...


Foto: Estação de Metro do Lumiar, Lisboa, Novembro 2005

Estudo: maus gestores comprometem empresas

A falta de qualidade dos gestores compromete o desempenho das empresas e leva ao desperdício muitas horas de trabalho, conclui um estudo internacional sobre produtividade realizado pela consultora Proudfoot

Petróleo volta a descer nos mercados internacionais

Aquando da subida do preço do petróleo, as gasolineiras trataram de prontamente aumentar os preços dos combustíveis.
Parece me que as mesmas não têm estado a par das notícias...

Neil

Avançamos para o canadiano Neil Young. Curiosamente e juntamente com outros nomes como o incontornável Bob Dylan, fala-nos da america profunda. Nos últimos tempos tem se concentrado a falar das relaçoes. De amor. Convido vos a escutar o seu mais recente registo, chamado Prairie Wind. Espero que gostem. Boas audições.

Lucros da Banca

quinta-feira, novembro 10, 2005

Ferro e fogo #9

Estive em França recentemente.
Estive em França há alguns anos atrás.
Se recentemente achei os franceses mais arrogantes e racistas que nunca, há cerca de vinte anos, com cerca de dez anos, tentado defender um colega de turma, fui presenteado com um agressivo "Português porco, volta lá pró teu país e não te metas".

Amigos meus portugueses com a dupla nacionalidade a viver e a trabalhar em França votam Jean Marie Le Pen.

Este verão, em conversa com uma francesa ela dizia que todos os arabes eram terroristas, que a primeira geração de imigrantes magrebinos era boa, mas os filhos deles, eram todos, todos, delinquentes.

Por isso, onde está a admiração quando ouvimos e vemos o que se passa hoje em França?

Ferro e fogo #8

Foto: EPA / Publico
O "graffiti" pintado nas paredes do tribunal de Bobigny, no arredores de Paris, exige: "Sarko baza!". Um grupo de jovens aguarda o início dos seus julgamentos por envolvimento nos actos de violência em alguns bairros das principais cidades francesas. O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, tem sido o principal alvo da fúria dos amotinados. Fonte: Publico

Le temps de vivre

Nous prendrons le temps de vivre
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie

Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis

Viens, écoute ces mots qui vibrent
Sur les murs du mois de mai
Ils nous disent la certitude
Que tout peut changer un jour

Viens, je suis là, je n'attends que toi
Tout est possible, tout est permis

Nous prendrons le temps de vivre
D'être libres, mon amour
Sans projets et sans habitudes
Nous pourrons rêver notre vie

[Le Temps de Vivre, Georges Moustaki]

quarta-feira, novembro 09, 2005

Uma urgência e ninguém

Perdi a mala uma vez mais.
Estou no aeroporto branco de uma cidade branca.
Procuro um tazi, mas já todos os táxis partiram.
Não sei sequer onde estou.
Constato que já não há (ou ainda não há) autocarros.
Talvez esteja a sonhar.
Talvez não esteja.
Talvez esteja acordado dentro do sonho.
Exílio, dizem, desterro.
E é isto.
Um aeroporto branco numa cidade branca.
Uma urgência e ninguém.

Extraído de "Rafael"
[Manuel Alegre]

Ferro e fogo #7

Teresa de Sousa no Público de 8 Nov 05

Ferro e fogo #6


José Manuel Fernandes no Público de 8 Nov 05

Ferro e fogo #5

José Manuel Fernandes no Público de 8 Nov 05

Ferro e fogo #4


Vital Moreira no Público de 8 Nov 05

terça-feira, novembro 08, 2005

Ferro e fogo #3

Foto: fonte Le Monde

Ferro e fogo #2

"Mais exhumer une loi de 1955, c'est envoyer aux jeunes des banlieues un message d'une sidérante brutalité : à cinquante ans de distance, la France entend les traiter comme leurs grands-parents. Le premier ministre devrait se rappeler que cet engrenage d'incompréhension, de fébrilité martiale et d'impuissance avait alors conduit la République aux pires déboires."
Editorial de hoje do Le Monde

Ferro e fogo

Foto: França

Mimos

Augusto Santos Silva, dirigente socialista, comentou o facto de existirem duas candidaturas, da área socialistas.
Atribui essa situação a dois erros cometidos.
Um pelo PS.
Outro de Manuel Alegre.
Bem, em relação à primeira questão, será certamente apenas parte da verdade. ASS não se refere na forma desastrosa como o PS geriu o assunto com Alegre.
Quanto à segunda, haverá muita verdade. Fiquei suspreendido com a mais recente entrevista de Alegre à TVI. Nela, o candidato terá afirmado que estava indeciso em relação à candidatura, e que a posição de Soares e os apoios que então recebeu, é que determinaram ao seu avanço.
"Só senti verdadeiramente vontade, impulso e alegria de me candidatar depois de o PS se ter pronunciado a favor do apoio à candidatura de Mário Soares", afirmou, adiantando que quando o partido o sondou sobre essa possibilidade estava hesitante."Estávamos à espera uns dos outros, porque eu nunca tinha decidido candidatar-me. Houve conversas, porque ninguém se queria candidatar. Eu não tinha esse problema resolvido dentro de mim, não tinha aquele impulso", explicou.O dirigente socialista salientou que falou "várias vezes, a dois e com várias pessoas presentes", com o secretário-geral do PS, José Sócrates, mas que nunca houve "um acordo formal" sobre as presidenciais. "A certa altura ele tinha isso resolvido em relação a mim mais do que eu", declarou, acrescentando que, mais tarde, os "muitos apoios" que recebeu o levaram a ter "vontade" de ser candidato.
Neste processo, Alegre é portanto vítima da sua própria indecisão, que deu espaço para o avanço de Soares.
Claro que a atitude de Soares poderia e deveria ter sido mais edificante.
Mas isso já é outra história...

Debaixo d"água tudo era mais bonito

Foto: Aquário Vasco da Gama, Novembro 2005
Título do Post: Extraído da canção Debaixo d'água de Arnaldo Antunes

segunda-feira, novembro 07, 2005

Figuras de estilo

Como se pode ler neste post do blogue Filho do 25 de Abril, a Sic Notícias promoveu um debate entre os mandatários para a juventude dos actuais candidatos à presidência da República. A fadista Katia Guerreiro representa Cavaco Silva, Pac Man representa Manuel Alegre e Joana Amaral Dias o candidato Mário Soares.
Aqui elogiada pelas suas performances musicais, Katia Guerreiro inicia esta campanha política da pior forma. Não compareceu ao debate por simplesmente não aceitar debates. Este comportamento é no mínimo lamentável.
Brilhante é o comentário final do autor do post (Ricardo):

domingo, novembro 06, 2005

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

Recantos #2

Foto: Bairro de Carnide, Lisboa, 2005

Transparente


Continuamos no fado. Continuamos com as vozes femininas do mesmo. É o mais recente registo de Mariza. E de facto, é límpido e transparente. De longe , o seu melhor registo. Com a preciosa presença de Jacques Morenlembau, produtor e músico de alguns dos meais recentes registos de Caetano Veloso. Espero que gostem. Boas audições.