sábado, setembro 17, 2005

A nomeação

A propósito da nomeação de Guilherme Oliveira Martins para a presidência do Tribunal de Contas, julgo que Miguel Sousa Tavares resumiu bem o que está em causa, no seu artigo semanal do Público:
"...o Governo o foi buscar foi à bancada parlamentar do seu partido, de que é vice-presidente, depois de ter sido ministro da Educação e das Finanças do anterior governo PS. Esta funcional diferença faz toda a diferença política: um homem do PS foi nomeado presidente de um órgão cuja principal função nos próximos anos vai ser a de vigiar a legalidade das contas públicas do Governo PS"
"Mas é o que essas nomeações significam, o sinal que elas enviam de partidarização completa dos interesses do Estado, que são claramente entendidas por todos como o estabelecimento das regras do jogo. E o jogo é sujo e as regras são inaceitáveis numa democracia limpa. "

Não bastam críticas ferozes quando governos anteriores nomeiam seus membros, como aconteceu aquando da nomeação Celeste Cardona para a CGD por parte do governo PSD/PP; na hora da verdade, é necessário dar um sinal de comportamento político distinto; e estes seriam momentos propícios para a propagada moralização da classe política.
Entre muitas questões que me ocorrem, deixo estas:
Será que o combate à elevada abstenção não passará também pela alteração deste tipo de coisas?
Será que a credibilização da políticos não passará também isso?

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