sábado, abril 01, 2006

Dinheiro ao bolso

Mais ou menos 75 quilometros a sul de Kisamu [Quénia] encontra-se Homa Bay, uma pequena cidade apática, de ruas esburacadas, sol escaldante e a sensção inescapável de se estar do lado errado do mundo. A maior parte do caminho desde Kisamu faz-se por uma picada poeirenta e escalavrada. Curiosamente, todos os mapas de estrada a mostram como uma auto-estrada de primeira qualidade. E isto porque já lá vão alguns anos, o Banco Mundial deu dinheiro para pavimentar a via. No entanto, uma ou várisa pessoas dentro do governo decidiram poupar aos trabalhadores quenianos a tarefa penosa de espalhar alcatrão debaixo da canícula, e meteram o dinheiro ao bolso.
Este género de coisas acontece muitas vezes no Quénia. Outrora um modelo de probidade e rectidão, depois de 23 anos de governo de Daniel arap Moi, o Quénia tornou-se um caso exemplar de em termos de gestão danosa e de corrupção.
Extraído de "Diário Africano" de Bill Bryson

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