sexta-feira, maio 25, 2007

E jornalistas exigentes, já agora

Encheram-se páginas e páginas, directos e directos, com o caso Maddie, quando nada havia para dizer. Exploraram-se as "pistas" até à obscenidade , aventando teorias e expondo os "suspeitos" de forma inadmissível.
Era, achava-se, o que as pessoas "queriam": cavalgar a emoção do primeiro desaparecimento de criança "vivido" à escala global.
Claro que não há um único jornalista digno desse nome que não saiba que tudo isto foi profundamente errado e nada parecido com jornalismo, e nos próximos dias não haverá ninguém, jornalista ou não, digno ou não, que não se junte ao coro e não diga, como se disse das outras vezes, de Entre-os-Rios à Casa Pia, que tanta morbidez e sensacionalismo mete nojo. Mas era enquanto durou, e não agora, que está a acabar, que as manifestações de lucidez e temperança mais eram necessárias.
É quando o jornalismo está a morrer que precisamos dos jornalistas. E de um público exigente - já agora.
Fernanda Câncio in DN

1 comentário:

brilho da lua disse...

já agora jornalistas "a sério"...
.. que não fiquem desapontados por já não haver alarido à volta de histórias dolorosas, e assim não poderem ser o centro das atenções...