quarta-feira, agosto 22, 2007

Casulo

A frescura da casa, assim preservada peos batenes era um primor. Apetite de andas descalca sobre os ladrilhos vermelhos do chao. Cheiro a coisa lavada no pino do meio-dia.
carminho já viu um casulo donde saiu uma borboleta desenxovalhando as asas e sacudindo o pólen da sua barriga ainda de lagarta.
Apetece-lhe estender-se. Mostrar e sacudir o pólen da sua meninice. Abrir a blusa, desapertar os atilhos que lhe seguram os seios. Adejas as ancas e dizer aqui aqui.
Mas isso dentro do seu casulo de pedra, telha , tijolo e uma janela de vidro.
Extraído de O Dia dos Prodígios de Lídia Jorge.
1980, Edicoes TV Guia Editora; Lisboa
Pág. 12.

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