quarta-feira, junho 10, 2009

Não vale mais tarde que nunca

A homenagem que o Presidente da República, Cavaco Silva, presta hoje, em Santarém, a Salgueiro Maia, no âmbito das comemorações do 10 de Junho, recupera para a actualidade a controvérsia de há 20 anos, quando o mesmo Cavaco Silva, então primeiro-ministro, não atribuiu a pensão que tinha sido pedida pelo capitão de Abril.

A semana passada o semanário Expresso lembrava que o próprio Salgueiro Maia decidiu, em 1988, requerer uma pensão por causa dos "serviços excepcionais e relevantes prestados ao país". A viúva Natércia Salgueiro Maia confirma que o capitão de artilharia que foi responsável pela rendição de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo decidiu pedir a pensão, "por causa da sua participação no 25 de Abril", mas "nunca obteve resposta". O historiador António de Sousa Duarte, autor da biografia Salgueiro Maia - Um Homem da Liberdade, corrobora que "Salgueiro Maia confidenciou a alguns amigos que requereu essa pensão devido à sua intervenção na Operação Fim de Regime, nome dado pelo Movimento das Forças Armadas ao 25 de Abril".

Esta recusa, ou falta de resposta, só veio a público três anos depois, quando o mesmo Cavaco concordou com a atribuição de pensões a dois ex-inspectores da PIDE, um dos quais estivera envolvido nos disparos sobre a multidão concentrada à porta da sede daquela polícia política, na Rua António Maria Cardoso.

in publico.pt

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