domingo, janeiro 31, 2010

Liberalismo "chico-esperto"

Duarte Pacheco, ministro de Salazar, pediu às indústrias vidreiras para lhe mandarem amostras, a pretexto de um concurso para construir o Instituto Superior Técnico. Teve muitos vidros - quem recusava, então, um pedido ministerial? Quanto ao concurso, népias, as amostras serviram foi para forrar, de graça, os edifícios... (...)

Belmiro de Azevedo andou "os últimos dois anos a escolher e a experimentar os carros que aqui me punham aos fins-de-semana". Sabendo-se que ele ia comprar carro novo, as empresas serviram amostras durante 104 fins-de-semana, na mira de um concurso tão falso (dois anos a escolher carro?!) como o de Duarte Pacheco. Claro que Belmiro acabou por comprar um, mas suspeito que as empresas forneceram à borla mais fins-de-semana do que tencionavam.

Do capitalismo centralista de Estado, à Pacheco, ao liberalismo extremo da raposa livre no galinheiro livre, à Belmiro, assim se explica este Portugal pouco competitivo.

DN, Ferreira Fernandes,30jan10

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